Defensores de direitos humanos insistem em organizar um boicote ao comércio de pedras preciosas da Birmânia como mecanismo eficaz para combater o regime militar desse país.
Human Rights Watch (HRW) criticou o comércio de gemas birmanesas por considerar que financia à ditadura militar e organizou um boicote às pedras preciosas bimanesas.
“Os generais da Birmânia contam com as pedras preciosas para financiar o regime”, disse Arvind Ganesan, diretor do programa de empresas e direitos humanos de HRW.
A Birmânia, é um dos principais produtores mundiais de pedras preciosas, atraindo compradores de todo o planeta. Os governantes militares mudaram o nome do país para Mianmar em 1989, quando voltaram a utilizar os nomes de lugares em idioma birmanês.
A Empresa de Gemas da Birmânia é a terceira maior exportadora do país, depois das companhias estatais de petróleo e madeira. Em 2006, a empresa gerou quase 300 milhões de dólares em vendas, o que supunha um aumento de 45 por cento em relação ao ano anterior.
Segundo algumas estimativas, somente a jade representa cerca de 10 por cento dos ingressos anuais da Birmânia pela exportação.
Normas da União Européia que entraram em vigor em novembro proíbem importar pedras preciosas e semipreciosas da Birmânia.Em dezembro, as duas câmaras do Congresso legislativo dos Estados Unidos aprovaram endurecer as restrições ao comércio de pedras birmanesas. No mesmo mês, o Canadá proibiu todas as importações desde esse país.
Outras que decidiram fazer o mesmo são a italiana Bulgari e a francesa Cartier.
Os que se opõem aos embargos comerciais à Birmânia alegam que tais medidas empobreceriam o povo. O crescente isolamento econômico do regime conduziu ao ressurgimento do contrabando nos anos 90, assim como o tráfico de drogas e o comércio sexual.
Nos resta saber, qual alternativa que os ativistas HRW darão aos novos problemas que surgiram no país devido este isolamento econômico.